A Federação Académica de Lisboa (FAL) propôs cinco medidas para prevenir e combater a violência sexual no Ensino Superior.
As medidas apresentadas pela FAL surgem na sequência da publicação do estudo “Violência Sexual na Academia de Lisboa”, baseado nas respostas de mil alunos sobre a violência e o assédio sexual.
Conhece as medidas:
1 – Realização de um estudo a nível nacional, procurando a descrição do panorama mais alargado, que sirva de suporte a programas do Governo;
2 – Promoção de campanhas de sensibilização, com vista a educar e desmistificar os conceitos de assédio e violência sexual, bem como qual deve ser a atuação perante uma ocorrência;
3 – Criação de metodologias de denúncia de casos nas Instituições de Ensino Superior, com a respetiva divulgação dos procedimentos, procurando alertar para importância da denúncia;
4 – Implementação de medidas de segurança mais adequadas às reais necessidades dos estudantes;
5 – Definição de políticas públicas de combate ao assédio e violência sexual.
As cinco medidas foram partilhadas na página oficial de Facebook da FAL e pretendem responder a questões de violência sexual na academia de Lisboa, sendo que as medidas visam também uma aplicação mais geral à Área Metropolitana de Lisboa e a todo o país.
Mais sobre o estudo “Violência Sexual na Academia de Lisboa”:
A Federação Académica de Lisboa (FAL) apresentou ontem (10 de dezembro) o estudo conduzido pelo Centro de Estudos da FAL intitulado “Violência Sexual na Academia de Lisboa: prevalência e perceção dos estudantes”, no Auditório Maria Odette Santos-Ferreira, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
O evento aconteceu às 16h e contou com os comentários da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).
O estudo incide em três fotos de análise principais: a percepção dos estudantes (sobre o que é violência sexual e assédio), a segurança (sentida pelos alunos que frequentam instituições de Ensino Superior) e a prevalência destes problemas (procurando perceber se os estudantes já se sentiram alvo deste tipo de violência).
Segundo Sofia Escária, presidente da Federação Académica de Lisboa, a ideia para avançar com o estudo surgiu depois de algumas denuncias de atos cometidos em festas académicas.
“Nós optamos por elaborar este estudo depois de termos alguns indícios de que poderiam existir alguns problemas no âmbito da violência e do assédio sexual no Ensino Superior e queríamos perceber melhor esta realidade”, contou Sofia Escária em declarações à Mais Superior.
As conclusões do estudo refletem, segundo a presidente da FAL, “uma dicotomia entre a percepção dos estudantes no que diz respeito ao abuso e à violência em si”.
As respostas dos mil alunos revelam que a violência física é considerada como ato abusivo; no entanto, quando se refere importunação sexual de uma forma emocional e psicológica “[os alunos] já não consideram tanto que seja violência”.
O estudo revela ainda que os estudantes se sentem mais vulneráveis no que à violência sexual diz respeito nas imediações das instituições de Ensino Superior.
“Estes foram, sem dúvida, os dados mais alarmantes que nos sensibilizaram para uma série de questões que nós já conhecíamos mas que [com o estudo] se revelaram bastante mais preponderantes do que pensávamos”, conta a presidente da FAL à Mais Superior.
A Federação Académica de Lisboa pretende colmatar os problemas encontrados com a realização do estudo, definindo medidas para acautelar a segurança dos estudantes e definir campanhas de sensibilização para desconstruir e desmistificar os conceitos de violência e assédio sexual para “evitar a banalização do que se tornou aceitável”
O estudo – disponível no Instagram, no Facebook e no site da FAL – foi divulgado nas redes sociais da federação e desde aí que têm sido divulgadas imagens com dados mais concretos.
[Imagem: Federação Académica de Lisboa]