O Hospital da Bonecada abriu hoje (dia 25 de abril), novamente, as suas portas!
Neste “hospital de brincar”, as crianças levam os seus bonecos para que sejam tratados pelos vários estudantes universitários que dinamizam todas as atividades, tentando diminuir o medo dos mais pequenos relativamente aos profissionais da saúde e a hospitais.
A Mais Superior entrevistou Manuel Guarda, Presidente da Comissão Organizadora do XVIII Hospital da Bonecada, para saber de tudo sobre este projeto.
Como surgiu o Hospital da Bonecada?
O Hospital da Bonecada foi uma iniciativa pioneira da Associação de Estudantes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM) em Portugal, criado em 2001 com base no projeto Teddy Bear da EMSA (Associação Europeia de Estudantes de Medicina).
Este projeto é dinamizado por quem?
Somos um grupo de 25 estudantes de Medicina e Ciências da Nutrição da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas que formamos a Comissão Organizadora deste projeto.
Estudantes que não pertençam à NOVA Medical School também se podem juntar à equipa responsável por este hospital-modelo?
A Comissão Organizadora, formada apenas por estudantes da NOVA Medical School, organiza, em parceria com 12 outros cursos superiores da área da saúde, de várias faculdades da área da Grande Lisboa, este evento para crianças dos 3 aos 10 anos, todos os anos. Cada um destes cursos tem pelo menos uma sala ao longo do percurso em que realiza atividades com as crianças.
Como se organiza o Hospital da Bonecada?
O Hospital da Bonecada by Bayer é um hospital-modelo onde as crianças levam os seus bonecos, como se fossem os seus filhos, para que estes sejam tratados por estudantes de diversas áreas da saúde. Caso não tragam um boneco, temos vários que podemos emprestar e isso não é um impedimento para a participação na atividade.
As crianças assumem o papel de responsável pelos seus “filhos” e percorrem um circuito com várias salas, cada uma representando uma área da saúde.
O nosso principal objetivo é que as crianças percam o “medo da bata branca” – o medo de ir ao hospital e contactar com os profissionais de saúde. Pretendemos também desmistificar quaisquer receios que as crianças possam ter relativamente aos procedimentos realizados num hospital real, nomeadamente permitindo que usem vários materiais reais como estetoscópios, martelos de reflexos ou otoscópios, nos consultórios médicos, ou batas, pézinhos, toucas e máscaras no bloco operatório. A ideia é precisamente que, ao entrarem neste jogo de faz-de-conta, as crianças consigam expressar os seus medos e transpô-los para os seus bonecos e que este exercício tenha um impacto positivo em futuras idas suas a um hospital real.
Qual é o circuito do Hospital da Bonecada?
As crianças passam com o seu boneco pela Sala de Espera, Triagem, Consultórios Médicos, Farmácia, Laboratório, Gabinete de Imagem Médica e Radioterapia, Sala de Desinfeção, Bloco Operatório,, Gabinete de Enfermagem, Ginásio de Fisioterapia, Sala de Terapia Ocupacional, Sala dos Sentimentos, Sala de Nutrição, Gabinete do Dentista, Sala de Terapia da Fala e Gabinete de Ortóptica. Todas dinamizadas por estudantes das respetivas áreas da Saúde.
Onde o podemos encontrar?
Do dia 25 de abril a 4 de maio, das 9h30 às 21h, todos os dias, na Praça Central do Centro Colombo, em Lisboa. A entrada é gratuita e não é necessária inscrição prévia.
De ano para ano, o local do Hospital da Bonecada costuma variar?
Desde há vários anos que o evento principal se realiza na Praça Central do Centro Colombo. Realizamos, no entanto, várias mini-edições (edições em ponto mais pequeno), em parceria com instituições, escolas, câmaras municipais e juntas de freguesia, fundamentalmente na área da Grande Lisboa.
O que é transmitido às crianças que participam?
Aproveitamos esta oportunidade para transmitir o máximo de conhecimentos sobre saúde, de uma forma adaptada à idade das crianças, e integrada neste jogo “de faz de conta”.
Transmitem algumas dicas, também, aos pais que acompanham estas crianças ao Hospital da Bonecada?
A iniciativa destina-se às crianças e não aos pais, pelo que não temos muitos momentos de contacto com os pais para lhes transmitir mensagens. No entanto, no final do circuito das crianças, iremos disponibilizar aos pais um formulário de satisfação para que possam preencher e dar-nos algum feedback. Neste formulário, tentaremos também aferir se, efetivamente, crianças que tenham participado em edições anteriores do projeto perderam o “medo da bata branca”.
Este projeto serve também de preparação para os futuros profissionais?
Sem dúvida que é outro dos principais focos do projeto. Como estudantes da área da saúde, temos escassas oportunidades de contactar com crianças num contexto que será o nosso futuro profissional. Assim, este jogo de faz de conta acaba por ser uma oportunidade e desafio importante para nós, permitindo que nos coloquemos num lugar que iremos ocupar dentro de poucos anos.
O que podemos esperar da 18ª edição do Hospital da Bonecada?
Este ano decidimos estender a duração do main event no Centro Colombo de 9 para 10 dias, a fim de conseguirmos alcançar mais crianças, estudantes voluntários e pais. O tema da edição é “Criança com Doença Crónica”, pelo que iremos doar os lucros obtidos com a venda de produtos de Merchandising para a instituição Kastelo, sediada no Porto, uma unidade dedicada a Cuidados Paliativos Pediátricos. Aspiramos ultrapassar a marca das 4800 crianças do ano passado, e conseguir chegar a 5000 crianças durante o ano de 2019, no main event no Centro Colombo e em outras mini-edições a realizar durante o ano. Esperamos proporcionar às crianças um momento de diversão e aprendizagem no nosso hospital e convidamos todos os pais e crianças a juntarem-se a nós!
[Foto: Comissão organizadora do Hospital da Bonecada]