A sexta edição do estudo anual Millennial Survey da Deloitte sustenta que os millennials procuram estabilidade e oportunidades de emprego onde possam fazer a diferença, mas que estes estão cada vez mais preocupados com o estado do mundo.
A turbulência do ano de 2016 turbulento – com vários atentados terroristas na Europa, um Brexit e uma eleição presidencial controversa nos EUA – teve efeitos nesta geração de pessoas, de acordo com a Deloitte. Os millennials acham menos provável deixar a segurança dos seus empregos, estão mais preocupados com a incerteza que emerge destes acontecimentos, e não se mostra otimista com o rumo que os seus países estão a seguir. Estas são algumas das conclusões de um estudo que envolveu cerca de 8 mil millennials de 30 países.
Por outras palavras, as preocupações pessoais dos millennials mudaram. Há quatro anos, eram as mudanças climáticas e a escassez de recursos; este ano, são o crime, a corrupção, a guerra e as tensões políticas, o que tem impacto nas suas perspetivas tanto pessoais como profissionais.
Esta ansiedade pode ser parcialmente responsável pelo desejo crescente dos jovens profissionais em permanecerem nos seus empregos, de acordo com este estudo. No ano passado, o “diferencial de lealdade” entre aqueles que se viam a abandonar as suas empresas num espaço de dois anos e os que antecipavam permanecer para além de cinco anos era de 17 pontos percentuais. Este ano, há mais 4% de profissionais a querer permanecer cinco ou mais anos nos seus atuais empregos, e menos 6% de profissionais que pretendem sair do seus empregos atuais num horizonte temporal de dois anos, reduzindo o “gap” para 7 por cento.
O desejo de segurança também é uma realidade: Quase dois terços dos millennials preferem ter um emprego a tempo inteiro, apesar de manter a perceção das vantagens em trabalhar como freelancers ou consultores a nível global. De entre as 18 áreas de preocupação pessoal que foram avaliadas, o desemprego surge em terceiro lugar.
Os millennials sentem-se responsáveis por vários problemas, tanto no local de trabalho como no mundo em geral. Mas é no local de trabalho, e através dele, que sentem que podem criar maior impacto. As oportunidades de participar em “boas causas” a nível local – contribuições instituições de caridade, causas solidárias, voluntariado, etc. – muitas das quais viabilizadas pelas empresas onde trabalham, dão-lhes um sentimento de influência acrescido.
Entre outras conclusões apuradas por este estudo, que podes consultar na íntegra aqui, os millennials têm uma visão positiva relativamente às organizações, ainda que sintam que elas têm muito a melhorar. Para isso, defendem mudanças graduais em vez de posições radicais, e discursos simples e sem ambiguidades. Acreditam ainda nas capacidades na geração Z (os que têm atualmente 18 anos ou menos) para trazer um impacto positivo para o mercado de trabalho.
[Fonte e Foto: Deloitte]