A 5ª edição do College Induction, da Universidade Europeia, voltou a refletir sobre a importância de uma educação global.
Foi perante um auditório cheio que o Reitor da Universidade Europeia, João Proença, deu início a mais uma manhã de reflexão sobre a internacionalização da educação. A 5ª edição do College Induction contou, uma vez mais, com agentes do setor da educação que, em conjunto, contribuíram com ideias, reflexões e sugestões para o futuro dos estudantes do Ensino Superior.
A importância de trazer alunos para Portugal
Uma das ideias fortes que brotou da discussão passa pela necessidade das universidades em definir uma estratégia de internacionalização. De acordo com João Proença, trata-se de algo essencial para as instituições, para os alunos, e também para o próprio país, que pode ter muito a ganhar do ponto de vista económico – com o acolhimento de um número cada vez maior de estudantes estrangeiros – e do ponto de vista social, pelos laços que se estabelecem com esses países, criando relações com futuro.
Com efeito, o Reitor da Universidade Europeia apresentou alguns dados de um estudo recente, que aborda a possibilidade de Portugal acolher num futuro próximo 100 mil estudantes estrangeiros, com um retorno económico na ordem dos 1400 milhões de euros. Para João Proença, “as oportunidades para a captação de um grande número de alunos existem”, sendo que só em Lisboa são esperados, este ano, 14 mil alunos vindos do estrangeiro. Para que isso seja possível, defende a concretização de três ações:
– A promoção da mobilidade internacional de alunos, professores, investigadores, e também de pessoal não docente;
– A atribuição da internacionalização do desenvolvimento dos currículos das escolas e da aprendizagem digital numa dimensão global;
– O incentivo à cooperação estratégica, às parcerias e ao reforço das capacidades institucionais de todos os atores envolvidos.
Para concluir a defesa da importância da internacionalização da educação, João Proença referiu ainda a aprovação recente, a nível nacional, do estatuto de Estudante Internacional, que facilita a internacionalização das universidades portuguesas e ajuda a melhorar as condições oferecidas em matéria de acolhimento, de logística e dos serviços a prestar aos estudantes internacionais.
Para além disso, o protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e diversas instituições de ensino da cidade, numa estratégia conjunta para a angariação de alunos estrangeiros para a capital, reforça a consciência generalizada da importância deste tema.
As mais-valias de estudar lá fora
Outra das intervenções de destaque na edição deste ano do College Induction pertenceu a Michel Baum, responsável pelo programa Study in Portugal Network – uma espécie de consórcio onde os alunos americanos podem encontrar e frequentar em Portugal cadeiras extracurriculares – durante um semestre ou ao longo de 4, 8 ou 12 semanas – e que podem ter a ver (ou não) com a sua área de formação.
Michel Baum é um profissional que trabalha há vários anos na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, com experiência em dinâmicas de intercâmbio entre países, e deixou uma mensagem forte: “As experiências de estudo no estrangeiro são oportunidades que conduzem a outras oportunidades com as quais nunca sonhámos. Eu jamais pensei que viria a ser professor em Portugal, por exemplo! Estudar fora do nosso país torna-nos mais flexíveis, dá-nos mais conhecimentos e contactos, e muitas vezes é isso que dá ao nosso CV uma “cara” diferente daquela que têm todos os outros.”
A ideia para o programa Study in Portugal Network surgiu com o objetivo de fazer algo mais ambicioso, é um exemplo do trabalho que é feito por diversas entidades para trazer alunos de fora para Portugal, e também um exemplo daquilo em que podes apostar ao quereres estudar no estrangeiro.
Motiva-te, esforça-te, dedica-te
Por último, destacamos a intervenção de uma estudante, que exemplifica o que pode ser uma carreira de sucesso no estrangeiro. Sara Gancho é licenciada em Design Visual no IADE, está a terminar o seu doutoramento em Design Management na Universidade de Lancaster no Reino Unido, e desde que completou o seu curso tem lecionado diferentes cursos de Marketing, Gestão e Branding, Introdução ao Design em três Universidades Diferentes (IADE-Creative University, Lancaster University e ESTAL – Escola Superior de Artes e Tecnologias de Lisboa.
Em 2013 recebeu um Best Paper Award do Design Management Institute e da Cambridge University, é investigadora e trabalhou com diversas agências de comunicação como diretora criativa, designer e freelancer tanto portuguesas como inglesas. Esteve ainda envolvida na criação de branding de uma start-up de uma aplicação de realidade aumentada chamada WTInfotech.
O que faz alguém alcançar tantos feitos? A Sara responde: “Não consigo estar quieta e estou sempre envolvida em muita coisa ao mesmo tempo, e é interessante conseguir trabalhar desta forma. Não é fácil, mas consegue-se com muito esforço e com muita dedicação.”
E para terminar, uma mensagem para o teu futuro: “Motivem-se, esforcem-se e dediquem-se, e acreditem que é possível fazerem tudo o que quiserem. Desde que tenham essa vontade, podem mover o mundo!”